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Emi é a japonesa menos japonesa que já conheci. Explico:
Você, raro leitor, caso more em São Paulo, provavelmente convive com muitos nissei/sanseis. Eu tenho várias amiguinhas, ex-alunas, colegas de vida e tive alguns companheiros de trabalho, incluindo chefes ou patrôes japas. Todos, absolutamente todos foram legais, bacanas e divertidos comigo, mas quase todos, bastante reservados. Sempre tive essa impressão da colônia japa no Br: são pessoas divertidas, amáveis e muito inteligentes, mas, ao primeiro momento, ficam na deles, observam e com o tempo, vamos fazendo amizade. Claro que não são todos, pessoas são pessoas e cada uma tem sua personalidade, mas pra mim, no geral, são reservados – característica que admiro muito.
Nunca esqueci a dica que Alexandre Herchcovitch deu no seu delicioso guia de viagem: no Japão, seja japonês; se referindo a ser educado, respeitar as faixas de trânsito, falar baixo, estar praticamente mudo dentro do transporte público e não ficar tocando em ninguém.
Pois Emi é absolutamente o contrário disso tudo. A primeira coisa que me chamou atenção era o quanto ela é barulhenta e não parava a boca um minuto sequer na sala de aula. Depois vi o quanto ela é agitada, fala alto, abraça todo mundo e acorda todos os dias em altíssimo bom humor, cantando Meghan Trainor alto dentro do ônibus. Uma lhouca completa ❤️.
Não demorou muito para juntarmos num grupinho, onde Emi e Michela eram as mais próximas de mim.
Foi com ela/por causa dela que tive a maior crise de riso noturna de 2015. Nesse dia, pensei que teria um treco, tamanha palhaçada. Meu maxilar doía, a barriga reclamava e o riso não acabava, jamais.
Mas um dia, soubemos que Emi teria que voltar às pressas para o Japão. A saúde do avô piorara e era melhor estar perto da família (ele está bem agora) e, assim que recebi a noticia, resolvi costurar um presente pra Emi. Trouxe este tecido de insetos do Brasil e sabia que ela iria gostar, afinal era muito a cara dela. E saiu uma camiseta bonita:
Emi, usando a blusa, no dia do seu embarque, com nosso amigo saudita, Sami:
Detalhe que fiz duas blusas iguais. Quando finalizei a primeira, provei e percebi que poderia ficar apertada nela, já que o tecido não tem elastano. Como geralmente compro mais de um metro de tecido, pude cortar outra e fazer numa medida com mais conforto. Fiquei com a primeira pra mim.
Bom é saber que ainda vou te ver, dear Emi.
Com amor,
Patricia
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Snap no aeroporto, pré embarque.
Claudia
Oi Patrícia, tudo bem?
Qual é o tecido dessa blusa?
Obrigada
Beijão
Patricia
ClaudiaClaudia, é cetim 🙂